domingo, 29 de março de 2015

Cálice

Eu tinha planos. Como qualquer um. Não sei o que fiz com eles. Talvez estejam na gaveta, no armário, no diário. E virou drama. E virou medo. Mas no fim, é impossível voar sem abrir as asas e pular. Vai ter frio, vai ter medo, vai ter desespero. Mas o céu vai brilhar.

O sonho do pássaro



O sonho do pássaro

Pequenino, cantante, pululante e vibrante
Encara o céu e as nuvens, olhar de desejar
Sem medo abriu suas asas, sempre confiante
Em queda, tão pequeno, mas sempre a cantar


Encarou o chão, ergueu a cabeça pro vazio
Olhar fixo, olhos fortes, alma a suspirar
Asas tocam as flores que vibram em assobio
De sua árvore ele sai para os céus conquistar


Teve frio, teve medo e teve solidão
Queria acreditar nos sonhos de seu coração
Mas as asas falhavam a cada novo trovão


Quis sua casa, quis chorar e quis proteção
Mas quando a chuva passa e ele vê imensidão
Sabe que cada desafio é só uma nota de sua canção

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nunca foi você



Nunca foi você

Por muito tempo eu esperei
Sem esperanças, sem ilusão
Até que um dia eu te encontrei
E tudo passou a ter razão

Sonhar contigo virou meu dia
Cada sorriso mais uma vitória
Palavras ditas eram uma vida
Trechos da nossa história

Mas certo dia você cresceu
E eu não pude mais te ver
Finjo que nunca aconteceu

Agora eu tento te esquecer
Só um sonho que desapareceu
E meu amor nunca foi você.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Todas as cores


Todas as cores
Bruno Costa

Hoje é como qualquer dia
Desde o dia que já acabou
Naquele momento perdia
No dia que se foi mas ficou

Por tudo que poderia ter sido
Pelo que foi e já não é mais
O céu e o seu brilho vívido
Todas as cores são imortais

O que realmente importa?
Daquela canção que compus
Quando nada mais conforta

Se já estou sozinho sob a cruz
Com um coração que não suporta
A ideia de viver sem a tua luz?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ausência


Ausência
Bruno Costa


Nos belos dias em que seríamos
Apenas você e eu contra o mundo
Nas belas manhãs que viveríamos
Muito além desse vazio profundo


Na tristeza de sua ausência
Na fria realidade da tua falta
Meu coração pede clemência
Grita por teu nome e o exalta

Sem você não existe felicidade
Não existe mais riso verdadeiro
Nada é mais frio que a cidade

Sem o teu olhar desordeiro
Pois tudo que era plena verdade
Era o amor que te dei inteiro.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Além de você



Além de você
Bruno Costa

Não havia ninguém além de você
Não havia verdade sem tua voz
Meu coração estava a sua mercê
Batia por ti em compasso feroz

Só por teu sorriso eu existi
Por teus olhos desafiei o mundo
Para nossa felicidade persisti
Com amor simples e profundo

Mas agora só há desespero
Fria tristeza da doce ilusão
Já que me entreguei por inteiro

E agora nessa escura solidão
Resta-me o que é verdadeiro
Amar-te com toda minha razão.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu, você e a eternidade



Eu, você e a eternidade
Bruno Costa

Na primeira vez em que te vi
Quando minha voz te alcançava
Apenas nos teus olhos percebi
Que nada mais importava

Te amei de jeito puro e intenso
O tempo parava pra felicidade
Saber que só havia um consenso
Tudo era eu, você e a eternidade

Mas assim o destino não quis ser
Para que no fim ao te ver partir
A felicidade abandonar meu viver

A noite já não consigo mais dormir
Os dias passam e não há mais querer
Além de contigo poder voltar a sorrir.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Amor de verão




Amor de verão
Bruno Costa

Disseram-me que não há amor
Que não há verdade e nem paixão
Disseram-me que a vida é dor
Apenas pedaços de uma canção

Mas você me provou o contrário
Mostrou-me um amor sem metade
E mesmo agora em torpor solitário
Não deixo de ver essa verdade

Você me mostrou que viver é tudo
Com um simples olhar como sorrir
Como ter em meus braços o mundo

Porém no inverno eu te vi partir
Agora eu só tenho um sorriso mudo
Mas que só existe por você existir.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Amor sem fronteiras



Amor sem fronteiras
Bruno Costa

Por você eu cruzaria o mundo
Buscaria no fim dele o meu lar
Por você eu enfrentaria tudo
Se no final eu pudesse te amar

Não há limites para o nosso sonhar
Nem há verbo quando você partir
Não há distância que possa separar
Os nossos corações neste sentir

E por você eu sempre acreditaria
Em tudo mais que pudesse haver
Por você eu até mesmo morreria

Se no céu o seu olhar eu pudesse ter
Pois mesmo na tristeza não haveria
O que eu não fizesse por amar você.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Amar-te-hei nas distâncias

Amar-te-hei nas distâncias
Bruno Costa

Amar-te-hei nas distâncias,
Até onde o coração for,
Amar-te-hei eternamente,
Nos doces prados do amor.

Amar-te-hei com chama,
Na luz do amor ameno,
Amar-te-hei com força insana,
Nas verdades do amor pleno.

Seu amor ilumina minha vida,
Me faz romântico e completo
Por isso amar-te-hei de forma atrevida,
E jamais percorrerei o caminho incerto.

 Esse poema ficou guardado por uns 4 anos, no mínimo. Nunca tinha postado por tê-lo esquecido numa agenda qualquer, perdida por ai. Pela aceitação geral, resolvi que merecia um cantinho aqui.

domingo, 18 de setembro de 2011

O som da sua voz



O som da sua voz
Bruno Costa

Perdido no desespero de um sonho vazio
Marcado pela lua que repousa em noite fria
Correm as lágrimas como as águas de um rio
Onde os gatos cantam em doce sinfonia

Porque a sua presença é tudo que importa
Que me envolve e acolhe em uníssono feroz
O amor que sinto por ti me embala e conforta
Porque a cidade grita com o som da sua voz

Mas muitas vezes temo o que pode acontecer
Já que a noite pode ser assassina terrível e atroz
Porém mesmo assim ainda espero o alvorecer

Pois a falta do teu carinho pode ser meu algoz
Mas com um sorriso nos lábios posso adormecer
Porque a cidade canta com o som da sua voz.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia da Poesia

 E hoje é dia da POESIA. É difícil dizer quem é o poeta; em geral, eu o chamaria apenas de "humano". Todos nós, que entregamos nossos sonhos e nossa vontade, expomos nossos sentimentos e idéias buscando na doce arte a calmaria, somos poetas. Porque falamos do bem e do mal, tentando nos colocar acima de ambos. Porque vivemos, choramos, sorrimos, cantamos e sofremos, sem perder a vontade de mostrar a todos o nosso próprio mundo. O que define o poeta não são suas palavras; pelo contrário, existem muitas poesias mudas, que apenas um olhar ou um som as definem. Outras tantas, são gestos, são atitudes e são desejos. Por um mundo de poesia muda, poesia cantada, poesia firmada! Poetas são as donas de casa, são os trabalhadores, são os estudantes e são os idosos! "Palavras não escrevem uma vida..." e a poesia só existe em todo o lugar. Para encontrá-la, basta sonhar. SOMOS BELOS DEUSES MAS SOMOS TRÁGICOS!

- A poesia PREVALECE! (Amadurecência, O Teatro Mágico)

- Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua, Pra escrever a música sem pretensão... (Sem Mandamentos, Oswaldo Montenegro)

- O Poeta pena, Quando cai o pano, Quando o pano cai... (Pena, O Teatro Mágico)

- E na guerra da paixão em mim eu encontro, O que é o viver MENINO e o morrer POETA. (Viver menino, morrer poeta, Bruno Costa)

 Por fim, lhes ofereço um dos meus mais sinceros tesouros. Como muitos podem ver, eu gosto de sonetos modernos. Não à toa: Se tiveram inspirações para mim, com certeza foram os românticos das três fases. Porém, eu não gosto de sua regra fixa, suas sílabas contadas e suas rimas contraídas. Mas o talento incansável dos mesmos sempre foi o que me fez ver na poesia a beleza do próprio mundo. Então, descobri que um dos maiores poetas do mundo pensava como eu, e pela poesia dele, eu quis tentar adentrar no mundo da expressão literária. Em especial, tenho uma referência à três dos sonetos mais lindos que já li. Divido aqui com vocês, no dia da poesia, o que me mostrou a poesia e os textos que me fizeram poeta.

-x-

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

-x-

Soneto de véspera

Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?

Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?

Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou – fria de vida

Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida.

-x-

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

-x-

Obrigado, Vinicius.

-x-

 Poetas da vida, poetas da existência, poetas que choram, poetas que amam, poetas que sofrem e poetas cuja felicidade conquista o mundo. Obrigado por existirem. Que o mundo seja apenas o que verdadeiramente é. A pura poesia. Hoje é o nosso dia.

terça-feira, 8 de março de 2011

Hino ao Amor Cristão

Antes de tudo, eu quero explicar que realmente sou contra postar conteúdo puramente religioso no blog. Minha concepção ideológica e filosófica me diz que não é esse tipo de texto que eu busco como poeta. Porém, essa mensagem em especial me chamou a atenção pelo seu conteúdo e construção. Portanto, peço que todos que acompanham minha trajetória e que por alguma razão pessoal discordam da minha visão sobre espiritualidade, que se atenham ao contexto geral tratado no texto, e não apenas ao apelo religioso. Enfim, essa carta é linda.

"Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada. Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará. Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança. O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus. Portanto, agora existem estas três coisas: a FÉ, a ESPERANÇA e o AMOR. Porém a maior delas é o AMOR."

1 Coríntios : 13

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Não diga mais nada



Não diga mais nada
Bruno Costa

Não, não diga mais nada que puder
Suas palavras deixaram de ter razão
Não importa se eu vir o que quiser
Ainda assim te negarei meu perdão

Não, não diga mais nada sem sentir
O mesmo que meu coração agora morto
Não ouse mais declamar para me iludir
Nos seus braços eu já não vejo porto

Segurança, uma lenda que não existe
Quando sob a influência do seu olhar
Que me trás a saudade mais que triste

Só contigo minha estrela pode brilhar
Meu coração é um tolo que persiste
Em dizer que vive apenas para te amar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Eu te amo



Eu te amo
Bruno Costa

Sonho contigo como outrora o fiz
Pois só nos teus olhos o meu coração
Fica louco, sem rumo e se contradiz
E esquece que algum dia teve razão

Eu perco as palavras e não o declamo
Pois tudo o que sei é que eu te amo
Não importa o que haja, é por você
Que minha vida é um romântico clichê

Minhas palavras já não importam mais
Pois tudo o que sei é que eu te amo
E quero ouvir que também me amais

Mas eu sei, ando sem rumo, sem plano
Não se esqueça, não me deixe jamais
Pois tudo o que sei é que eu te amo.

Soneto do Amor Perfeito



Soneto do Amor Perfeito
Bruno Costa

Não há razões para o mais desejar
Sempre pensando, vejo a hora passar
Enquanto em ti paira o meu coração
E por ti eu perco toda minha razão

Ao querer teu toque eu não me ouço
Apenas gritarias, um grande alvoroço
Retumbar da hora que é nossa chama
Da união que o amor nos clama

Mas a ele me entregar significa o céu
O infinito, sonhos dever deixar
Para uma promessa eu ter de crer

E talvez meu sonho não se concretizar
E meu amor jamais conseguir tirar o véu
E o frio do amor imperfeito eu jamais desfazer.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Concretude (Reafirmação do Descontrole Matinal)

Era uma noite como todas as outras. A diferença estava naquilo que poderia se chamar de concreto. Não que não pudéssemos de forma alguma diferenciá-la em suas especificidades; pelo contrário, poderíamos facilmente vê-la como é, única, impossível de se colocar em um mesmo grupo. Porém, como objeto de vislumbre limitado, era simplesmente como outra qualquer. Já não havia em seus olhos mais nada. Aquela visão chocante de sua própria imagem o assustou. Assustou a quem, muitos hão de se perguntar. Pois bem, assustou aquele que lhes conta essa história sobre uma noite qualquer. O seu recurso era possivelmente apenas perguntar para todos quem ele era; e mesmo assim, o medo das respostas doloridas fez com que seu coração se fechasse. Seus melhores momentos são aqueles nos quais ele pode simplesmente desabilitar o externo, voltar-se para o interno e crer no concreto. Depois de muito tempo, ele reafirmou para si mesmo seus dogmas vazios, suas vontades desvairadas e esdrúxulas de tentar com doce facilidade controlar sua indomável vida. Pobre tolo juvenil! Mal sabe ele que já perdera o controle ao tentar tê-lo. Ninguém pode mandar em seus sentimentos, afinal, o cérebro é um parvo bobo, que não segue pelas vontades de seu soberano. Obedece apenas à sua própria loucura, e dela, surgem suas mais belas artes circenses, com as quais as ciências e suas razões são desfeitas na primeira piada do primeiro ato. Mas, tal como um devaneio, descontrolado e desenfreado, esse passa, e com coragem, pode-se voltar à deliciosa variabilidade da vida. Parte de toda razão se encontrar no desejo de entender o que se quer; pois veja bem, desejamos saber o que desejar! Não era diferente com o nosso pobre guri da noite qualquer. Ele também estava nessa, porém, seu coração parara de lhe pregar peças e agora lhe mostrava um sentido abruptamente correto para si. Ele estava entendendo aos poucos o que negava com palavras. Mas, a vida tratou de lhe mostrar o óbvio: o que se fez no pretérito da fase não há de se modificar com uma simples conjectura; o fato existe, pode ao máximo a situação ser modificada no futuro, porém nunca alterada tal como foi antes, evitando que o que quer se modificar não ocorra. E foi assim que o desejo que julgou encontrar tornou-se mais um de seus devaneios irritantes, tanto para se lembrar quanto para se contar, então se me permite caro leitor, vou poupá-lo da razão venenosa das palavras que aqui escrevo. Peço apenas que acredite em mim, a mesma não vale tanto quanto justificar a concretude do que lhe digo. Pois bem, ele desejou o momento frio e caótico de sempre. Há tempos que ele sempre o repete, pelo mesmo desejo que corrói seu corpo. Ele o faz pelo coração duro, frio, que não possa ser cortado ou perfurado, um coração brilhante e ao mesmo tempo protetor. Ele o faz por seu coração de aço, o qual não seria ferido. A camada interna está protegida? Do que lhe adianta? Enrijecer suas idéias não o fará mais forte, apenas o tornará mais desumano. Não, ele busca uma proteção externa ao mundo, a sua fuga, a sua solidão. Esse é o mistério que assola o jovem da noite qualquer; ele nunca desejou o céu, mas se perguntado para onde queria ir, ele não saberia dizer. Só queria ficar longe do abismo, que acima de tudo, leva a assumir a morte de sua poesia. Porém, tudo que lhes digo é na manhã seguinte, onde ele está sóbrio e sua cura se chama conformismo. Toda a concretude observada é justamente o que ele não quer admitir, embora claro esteja. Não esteve louco ao sonhar com o findável. Esteve louco ao escrever que o esteve.

Att,

Bruno Costa.

sábado, 2 de outubro de 2010

Comentando

Três textos dos antigos, que nem me lembrava mais que existiam. Dá realmente trabalho pensar em como me expressar nestes dias cinzas. Acho que deve ser porque eu sou apaixonado por cinza. Até a próxima.

Mais um dia



Mais um dia, menos tempo, todos os meus amores são contratempos.

Vento, vento, dia após o outro procuro tempo, para meu sonho em catavento, tempo, tempo.

Eu dizia eu te amo, eu acreditava no teu amo, e juntos conjugavámos errado um verbo estranho, possuo e tu não possues, tu me tens e errado supus que era recíproco em tu o que achei claro e expus.

Sonho, sonho, agora tristonho, acredito no amor que um dia me deu, e agora sem ele, arrisco, morri, sem pena e sem jeito, sem razão para sorrir.

Agora percebo, desisto de crer, a minha razão é um novo amor ter.

Por que sem ti eu já não posso mais viver, e se não fico mais em seu abraço, para te encontrar no céu hei de morrer.

Velhice

Mais um dia se passou, estou mais velho agora? Estou menos inteiro por hora? A cada vez que eu penso a minha convicção depende da razão de eu existir. Sou importante? Para quem? Porque? Já não sei mais, acreditava em um paraíso e descobri que o meu inferno é bem mais plausível, caminhei atrás de Atlântida e me afoguei nos mares da Califórnia, bem mais quente no final. Sou homem ou sou Deus, determino ou determinado hei de ser? Acredito no mundo, desacredito de mim. Não sou um pouco, não sou nada, sou o amor que nunca pude dizer, sou as minhas perdas passadas, sou um pouco de tudo que nunca existiu... Tenho medo de estar certo estando errado!

Anjos Eternos

O que são anjos? Não sei, quem há de saber? São crianças fartas e com olhos claros, cabelos loiros e de sorrisos calmos? Quem são eles meu Deus? Estou rodeado de pessoas calmas demais para o meu dia a dia! Quero a loucura do momento, romper as harpas, arrancar as asas, e desejar o corpo sacrossanto e intocado! Quero exercer o momento a meu bel prazer, e se tudo mais falhar, ser uma criança e correndo implorar-lhe o perdão, com arrependimento sincero de momento. O que são anjos? São seres de eterna contradição, são os divinos ateus do céu, crentes no amor dos homens e na divina visão.

sábado, 31 de julho de 2010

Have been I his love before?



Have been I his love before?
Bruno Costa

There's no point, I’m a slave of the past
After all, I don't foresee the future
And I'm strongly stuck on old things
But I do not want to go even

Have been I his love before, in any one day?
At the moment I’m not, only an unknown
It isn't your heart that says, is my that sounded
Yes, dear, one day I've been his love

The tears that I cry when I remember
In a happy day or another sad holiday
Whatever, is no longer the same thing
I can only say once, so don’t ask me to repeat

Have been I his love before, in any one day?
At the moment I’m not, only an unknown
It isn't your heart that says, is my that sounded
Yes, dear, one day I've been his love

At the nightclub, guys laugh and drink on behalf of oblivion
For many life is a game, that there is no winner
For me it makes no difference, keep following
But, today I discovered that I don't have way, after all

Have been I his love before, in any one day?
At the moment I’m not, only an unknown
It isn't your heart that says, is my that sounded
Yes, dear, one day I've been his love

---

Agradecimentos muito especiais a Mariana, minha amiga que ajudou pacientemente na transcrição do poema para o inglês. Beijos, Mari!

domingo, 4 de julho de 2010

Aviso

VIAJANDO. Off-line por mais ou menos duas semanas, na volta, texto e reflexão novos. Até. =)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Só Comentários

Nesses dias estranhos, foram só comentários. Comentaram imagens, comentaram ações, só comentários. Foi o que fiz, foi o que disse que fiz, foi o que não fiz. Mas, foram, e esses indomáveis e freqüentes, foram só comentários. Passaram dias, passaram horas e também minutos. O tempo passou, a vida levou, quem foi se entregou, e se arrependeu depois, quem prendeu sofreu, e se arrependeu na hora. Que dia, que tempo e em que lugar? Não importa, o que houve foram só comentários. Acreditaram tanto em desacreditar nas coisas, que na hora de confiar desconfiaram do que deveria lhes sustentar. Mas eram pessoas, horas, e como tais devem ser imprevisíveis. Não lhe cabe julgar, lhe cabe selecionar. Elas aparecem, somem, desfazem. E depois reerguem-se, e nada mudará, afinal de contas, tudo isso foram só comentários. Desmonte planetas, horas bolas, deixe apenas inteiro aquilo que não for metade, evitando assim que a propagação das incertezas fracionárias se dê de tal forma que você espere da parte o que cabe ao todo. Mas não se acanhe, no final das contas, perceberá que tudo que lhe disseram, nada foi real, foram só comentários...

sábado, 22 de maio de 2010

Atraso

Por razões diversas, estou atrasando meus textos, mas, enfim, eu volto a postá-los. Novidades em breve.

Saudades



Saudades
Bruno Costa

Hoje eu penso em você como outrora
Sua imagem paira sobre minha cabeça
Eu queria estar contigo tão só agora
Antes que a doce lembrança desvaneça

Não quero esquecer o que peguei de ti
A alegria de sorrir e de querer mais
Não chorar nas tragédias ou vendavais
E poder ir embora sem dizer que parti

Pois me aguardarás e no coração estarei
Mesmo que tempo passe e muito embora
Não estejamos juntos em viva presença

Gravando sua vida e na sua alma ficarei
Pois no seu sorriso está a minha aurora
E no seu amor permanece minha crença.

sábado, 1 de maio de 2010

Reabertura

Reabertura. Os assuntos extraordinários estão oficialmente encerrados.

Mãos dadas

Mãos dadas
Bruno Costa

No dia que te vi o meu mundo mudou
Foi uma chave para uma nova emoção
Algo bem diferente do que fui e que sou
Era um amor que batia em meu coração

Num belo dia ao meu lado você estava
Olhando em tua face quando tentei ver
Perdido, pensamentos eu divagava
Meu coração clamava, desejava te ter

Para mim foi um abismo que ultrapassei
Sorriso singelo, gesto comum e qualquer
Tua mão toquei, entre as minhas segurei

E como teu amigo, espero o que der e vier
Com teu beijo eu sonho e hoje nele pensei:
Não deixarei de amar um momento sequer.

terça-feira, 16 de março de 2010

Pausa Temporária

Pausa Temporária para Assuntos Extraordinários. Volto em Breve.

Meu tempo acabou

Meu tempo acabou
Bruno Costa

Já soou o sinal e o meu relógio badalou
Onde estive, onde estou, quem me dirá?
Ressoa meu coração, meu tempo acabou
O que a minha escolha ao destino fará?

Eu que falei de amor por muito tempo
Dediquei versos parcos a uma história boa
Eu que nunca escrevi simples como o vento
Agora quero saber como é que o tempo voa

Sou egoísta por sonhar comigo e contigo
Sou triste por nem um ou o outro poder ter
Sonhos, nada mais que um conto antigo

Já que a razão de eu querer tudo é o viver
Ao teu lado esperar como um doce amigo
Que o mal da solidão em ti quer esquecer.

Domínio

Domínio
Bruno Costa

O chicote vibra e atinge a carne quente
O grito de prazer mistura-se a dor inerte
O gemido pede: pare continuamente!
A Dona bate, o escravo pede que aperte

E ambos se extasiam com o momento
Um no desejo realizado de sua dominação
O outro no domínio animal de seu coração
E ambos no frio soar do chicote ao vento

E o suor corre, o corpo arde e implora
É o prazer da carne, o ópio da mente
É o calor de um corpo que agora aflora

Em meio o mais puro desejo intermitente
Levanta, segura a dona, é minha vez agora
Ambos repetem o seu prazer inversamente.

Poética em Chamas, Ato II

E
le gritava incrédulo. Perdido naquele mar de tormentos frios, aos quais foi entregue ainda jovem, quando seu corpo fora macerado pelo terror dos desejos malignos dos dominadores de tua essência, pelos desígnios dos devoradores da tua liberdade. Ele, marcado pelo fogo com o símbolo dos seus donos, agora clamava por sangue. Era uma festa, era um banquete em honra da anarquia. Seu corpo todo tremia, sua voz rouca gemia forte, o fuzil em sua mão rosnava ao se dirigir aos frágeis preservadores da maldita paz poética, da falsidade de sua ideologia, do trono que lhe tirara a vida. Sangue, sangue, berrava a multidão enlouquecida, embrenhada de álcool e de ferrões. Era o momento da revolução.
Mais de uma vez ele atirou, atingiu os velhacos guardiões de poderosos, derrubou-os as centenas. Seu olhar era demoníaco, sua verdade sanguinária e pura. Ele quebrou os grilhões de sua volúpia e de sua preguiça, levantou da enfermidade do ócio corrompido e foi as armas em favor da revolução. A marca de seu suor na camisa, manchado de sangue do outro soldado inimigo, morto com a lâmina que carregava o cheiro pútrido do pecado capital, condenado nos altares sacro-santos e louvado no clamor dos rebeldes da alma.
Ele não era esquerdista, ele odiava política. O fogo queimou sua concepção de mundo, seus sonhos voláteis se desfaziam em meio ao ódio incerto que atingia sua mente, a liberdade tão aguardada, podia senti-la, podia amá-la, seu calor acolhedor é tão diferente do ódio maldito que agora percorria sua vida... Ele prostituiu sua beleza interna, vendeu-se aos ideais premeditados, matou pelo seu rosto. Seu egoísmo construiu seu caminho, suas derrotas o seu desejo de grandeza. Ele na verdade era frágil, era mortal. Mas na sua mortalidade, conquistara o sonho de ser alguém. E por esse sonho, nada se interpolaria.
Um único disparo, vindo da retaguarda. Um aliado, com olhar maléfico e deseducado, com palavreado cortês e língua amarga, reflexos de sua própria falha, atingiu-o, determinando assim o fim de sua liberdade tão aclamada. Ele foi mais um, apenas mais um desses que não entram para a história. Seria épico, se não fosse um duelo em sua própria alma. Seria bonito, se não lhe coubesse apenas a derrota. Mas, ao lado deste, que com todo seu fulgor, brilhou com as lágrimas sinceras de um sonho perdido, ergueu-se vorazmente outro soldado, que com fúria alvejou o traidor. Lágrimas e terror. Era a máquina sedenta que pedia por isso. Era o combustível eterno e imprescindível. Ele gritava incrédulo. Era o momento da revolução.

sábado, 13 de março de 2010

Luz da Madrugada

Luz da Madrugada
Bruno Costa

Na noite mais fria, profunda e sem coração
Quando sonhos afundam na pura desilusão
Aparece uma luz que ilumina, que se anuncia
Sou a senhora do seu prazer e da sua alegria

Temeroso, me afasto, e encaro a calorosa luz
Quem é você, que à noite o brilho do dia conduz?
Ela responde com seu jeito alegre e vibrante
Sou libertação, sou sua palavra, sou inebriante

E na forma de uma bela mulher ela me arrasa
E destrói o meu coração sem nem pensar
E faz do meu amor mais do que fogo em brasa

E mesmo quando o dia for a seu mais tardar
Estarei nos seus dedos ligando-os ao coração
Pois sou sua bela luz, sou a sua inspiração.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Lágrimas e sangue

Lágrimas e sangue
Bruno Costa

Hoje dói o meu coração abandonado
Que por ti cantou muitas, inúmeras vezes
Hoje choram os meus olhos transtornados
Daquele que lhe amou mais de cem vezes

São lágrimas marcadas por pura volúpia
Um desejo maligno que é vivo ao luar
É gesto de um bom ladrão que surrupia
É meu sofrimento que vai de mar em mar

Meu sangue derramado em cada verso
Só sou poeta por lhe amar para sempre
Pois com ele eu posso passar, atravesso

O deserto, sua ausência, e sigo em frente
Mesmo no caminho pedregoso, indigesto
E por isso eu posso amar-te eternamente.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Afeto



Afeto

Bruno Costa

Prende-me fortemente em seu braço
Tortura-me imensamente com seu afeto
Escraviza-me eternamente com seu traço
Dá-me vivamente algo comum, concreto

Não me jures algo que não vá cumprir
Mas não deixa de dizer-me o impossível
Não prometa que eu não vá me sentir
Menos com o seu amor do que o visível

Faz-me sonhar toda a bela noite contigo
Perder o que nunca tive em hora qualquer
Seus pensamentos, leve somente consigo

E não ouse me dizer o que eu não quiser
Suma a ilusão do seu afeto e seu castigo
E deixarei meu coração pro que der e vier.

A Morte dos Sonhos

Calma, a luz clara entra pela janela. O vento vem devagar, uma brisa, que talvez entre pela fresta da porta da sala, passe pelo corredor e pela cozinha, antes de adentrar o quarto. As cobertas emaranhadas, o lençol já jogado nos pés. O corpo preguiçoso, como se a noite toda não lhe bastasse para o descanso, e a vontade de ficar jogado no conforto dos travesseiros por horas a mais. O estômago se contrai suavemente, informando o desejo por se alimentar. Hora do café da manhã, segundo alguns estudiosos a refeição mais importante do dia. Suavemente senta na cama, os pés procuram os chinelos, que parecem estar jogados embaixo do móvel. Os braços se esticam, a coluna é colocada no lugar, os ossos estralam aos poucos, um alongamento corajoso logo pelo começo do dia.
Caminha até o banheiro, joga água no rosto, e observa-se no espelho. A barba por fazer, os olhos esverdeados com a luz da lâmpada, amarela, que deixa sua pele com uma tonalidade doentia; o cabelo dourado é molhado na água da pia, deixando escorrer o líquido por demais, molhando o tórax nu e desprotegido. As mãos buscam a toalha, seca o rosto, escova os dentes como aprendera há muito tempo no jardim de infância. Se passou muito tempo desde aquela época, e como todos, acredita que essa foi a mais bela de sua vida, muito embora não tenha feito nada de especial na mesma. Faz a barba, e a toalha, agora úmida, pinga suavemente após todos os procedimentos.
Vai até a cozinha, abre a geladeira, pega o leite, queijo, presunto, manteiga... Um pouco do suco da noite anterior. Vai à busca do pão de forma, prático para quem tem que sair rápido. Olha a mesa da Sala de Jantar, grande e para quatro lugares, apesar de morar sozinho. Sente falta de alguém com quem dividir a refeição, fica feliz por poder fazer o que quiser. Toma um café rápido, com tudo que sempre come. Eu deveria comprar peito de peru, mas, não poderei pagar a internet se continuar a fazer maiores gastos, pensa. Vai até o quarto, arruma a cama e sobre ela coloca as roupas separadas no dia anterior. Lava a louça na cozinha, vai até o banheiro e toma banho. Troca-se. Os projetos largados sobre a mesa do computador são rapidamente organizados para serem entregues ao cliente. É uma bela ponte, afinal.
Olha para o relógio, pensa em ligar para sua namorada, desiste, faz isso mais tarde, talvez no trabalho. Olha para o relógio de novo, faltam quinze minutos para sair, mas não quero me adiantar. Bom, sairei, não tenho nada o que aguardar. Abre a porta, tranca-a. Os pés caminham pela escada, são apenas três andares afinal. Logo toma a rua, e o apartamento, pequeno, fica para trás a cada passo. Na esquina, o ponto, onde várias pessoas aguardam o mesmo ônibus. Um pouco de calor humano, relembrando as palavras de anos atrás, quando ainda pretendia sair de um lugar como aquele. Alguns momentos depois, o ônibus chega lotado, uma batalha interessante para se entrar. Depois de alguns minutos, todos se acomodam, e o tubo com os seus projetos fica paralelo ao chão, talvez na altura de seus ombros, carregado amigavelmente por três pessoas, embora as mesmas não concordem com a afirmação.
Uma hora depois, ele desce. Agora vem o metro, embora mais rápido, não espera menos comodidade do que o transporte anterior. Depois de alguns instantes, chega a sua estação. Ele desce, caminha alguns metros, passa por pessoas e mais pessoas. Uma bela moça, cabelos ruivos e curvas maldosas, passa por ele. Seus olhos se desviam no seu rebolado, mas a mesma parece ignorá-lo, como normalmente as pessoas o fazem. Nada de especial, era o que ele era e se considerava. Lembrou da namorada, sentiu uma pequena consciência pesada, que logo passou ao olhar para a porta do escritório. Uma acolhida amigavelmente falsa, como todos os dias. Vai ao seu lugar, abre os projetos, escolhe os necessários e se dirige ao chefe. Mostra-os, enquanto tenta explicar calmamente as suas idéias.
Alguns olhares depois, o projeto recebe o carimbo de rejeitado. Corte de gastos supérfluos, e olha só, uma noite a menos de vida. Era uma bela ponte, afinal. Depois de um tempo, a base estrutural é repassada a um dos arquitetos consagrados do escritório, que retoques depois, de puro mau gosto, pensa ele, tem o projeto aprovado com as modificações. A paga pelo trabalho, dez por cento do valor do projeto pela base, quarenta para o arquiteto que gentilmente corrigiu o projeto e cinqüenta do escritório. Sexta Feira, quase mais um fim de semana em casa, estudando para passar na pós. Ele sorri, assina os documentos de seus dez por cento, e senta-se para trabalhar em outros dez por cento seguintes, dessa vez uma pequena praça ao lado de um pequeno condomínio.
O dia acaba, e ele não liga para a namorada, como previsto. Seu corpo dói, seus olhos enchem-se de lágrimas. Não, ele não fez nada, nem se feriu por nada. O braço limpa as mesmas, antes de passar o cartão e atravessar a catraca. O metro, o ônibus, o apartamento. Ele queria ir para a Itália, talvez para a França ou Inglaterra. Comprar um Sedan, morar na Pompéia se possível. Queria poder sair aos Domingos, ver o Sol se pôr com um amor, que distante, não mais o via. O que é viver? O que é o novo? Perguntava-se sem respostas. Era ele, o engenheiro, era ele, o sobrevivente. Depois de algum tempo, fica mecânico. Um amor de verdade, daqueles de fazer sorrir, uma vida de verdade, daquelas de fazer inveja a todos... Ser notado, mas ele não era nada demais. Só mais um na multidão. Um deserto com pessoas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Amor, amor, para sempre amor



Amor, amor, para sempre amor
Bruno Costa

Com palavras não se escreve uma vida
Sem sonhos e desejos menos se faz
Não adianta ser o grande poeta da Ilíada
Se não sabe ver o bem que o amor trás

Você me disse que era puro, verdadeiro
Jurou em lábios, sangue, que era eterno
Deixou meu coração sem um paradeiro
E largou o meu amor ao longo inverno

Disse que por outro agora seu coração vibra
E nada mais do que o meu passado você é
Minhas lágrimas, meu sentimento equilibra

E como um dos seus amigos eu fico em pé
Vendo o meu romance por poucas libras
Amor, amor, para sempre amor, a minha fé.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Até chegar a hora

Até chegar a hora
Bruno Costa

Todos os dias que eu acordo eu penso
E relembro momentos que me fizeram
Construíram o que sou e o meu senso
De todas as pessoas que aqui estiveram

Por isso arrisco: meu pensamento é seu
Não existe mais destino sem adorar-te
Por você eu posso até ser um anjo ateu
Só para te chamar de deusa e louvar-te

Espero seu amor como uma nova vida
Por ele não existe um tempo ou um agora
Seu amor é o meu cálice, minha querida

Espero-te o necessário, muito embora
Eu sofra e minha vida seja só descolorida
Ainda assim te espero até chegar a hora.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Amor Inicial



Amor inicial

Bruno Costa

Eu encontrei um amor que me dizia
Acredita menino, eu existo bem aqui
E ele estava nos lugares onde eu vivia
Era olhar pros lados e estava bem ali

O amor que um dia me sorriu e disse
Que era para ser meu eternamente
Ele me pediu para que na dor o visse
E acredite em sua força hoje e sempre

Esse é tão somente o meu amor inicial
Do qual derivam todos os seus desejos
Esse é também o meu amor primordial

E se de fato não me perco em seus beijos
É porque seu sorriso também é sensacional
E em seu olhar desaparecem meus anseios.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor de poeta



Amor de poeta
Bruno Costa

O meu amor por ti é um amor de mil anos
É o amor dos cavaleiros e é o dos faraós
O meu amor por ti estava fora dos planos
Até o momento que te vi e ficamos a sós

No seu beijo doce ele se mostra quente
Nas suas palavras ele se muda e fica terno
Nos sonhos, só ele domina a minha mente
Faz de mim um poeta que vive e é eterno

Eu só consigo escrever porque tenho a ti
Minha história advém da sua minha senhora
É bem mais puro e sincero o que agora senti

É por você que meu coração palpita toda hora
E faz de tudo que um dia eu arrisco que vivi
Simples sonho, pois é por você que vivo agora.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sonhos completos

Sonhos completos
Bruno Costa

Acordo durante a noite para pensar
O faço porque me ponho a lembrar
Dos belos sonhos que tive há pouco
Dos seus beijos que me deixam louco

Da sua beleza puramente estonteante
Do seu sorriso fortemente contagiante
E dessa lembrança me faço admirado
Pois me trás felicidade de bom grado

E em meio aos devaneios que eu passo
Apaixono-me, sorrio, canto e poetizo
Pois em meio a sua presença eu me faço

E ao amanhecer do dia que agora digo
Eu me recordo por fim de ti, nostálgico
E percebo que só serei feliz contigo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Nascimento

Nascimento
Bruno Costa

Um dia se vai e com ele as memórias
De tudo que fiz, passei, gostei e senti
Fico pensando e conto muitas histórias
Todas são lembranças de dias que vivi

E junto com o dia morre um ser velho
E com o amanhecer nasce um novo ser
Memórias, sensações em que me espelho
Transitam entre nuvens, me fazem crer

Que esse novo dia que nasce é especial
Porque ele faz parte de um novo ano
E que nesse réveillon tudo é bem real

São várias promessas, um grande plano
Junto com o carinho será sensacional
Viver com vocês todos neste novo ano.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Soneto único



Soneto único
Bruno Costa

Meu amor posto em folha de papel
Sentimento que acorda o coração
Escrito em versos, palavras em fel
Um desejo único e sem dimensão

Nas noites frias o olhar entristecido
Nos dias calmos, largado ao spleen
Alterno momentos de vida perdido
Já que sem seu amor eu não fico sem

Choro, e meu coração se entrega a ti
Vejo seu amor por outro e me desfaço
E rasgo no papel os sonhos que escrevi

Mas sem ti eu já não posso mais viver
E se já não fico em meio ao seu abraço
Para te encontrar no céu eu hei de morrer.

Uma história com asas

Havia uma vez um pequeno anjo no céu. Ele era travesso, e gostava de pular de estrela em estrela, pendurar nas constelações e deixava todo o dever de casa para depois... Esse anjo era o coração de um menino. Coração com asas, e que voava longe... Coração doce, inocente e de mel... O menino cresceu e o anjo também, e ambos começaram a se desencontrar, já que o anjo era o coração do garoto, agora mais velho, o garoto era parte do anjo que era parte do garoto. Em um belo dia de Sol, o anjo se apaixonou por outro anjo, lá perto de Vênus, logo depois de passar pelo Astro-Rei. O outro anjo era lindo, cabelos brilhantes e que refletiam a luz... Seu sorriso contagiava, e nem mesmo as super-novas do universo eram capazes de ofuscá-lo... E esse anjo brincava também em meio aos astros do céu. Ambos conversaram por muito tempo, como o garoto e a garota na Terra, esta que era parte do bonito anjo encontrado e esse parte dela, e aquele que era parte do anjo do começo da história; No final, o garoto se apaixonou pela garota, sem saber se era o anjo que se apaixonava pelo outro anjo, ou se ele se apaixonava pela moça. Mas as conversas continuaram, e a garota apenas sorria, mas não se entregava ao garoto, e no céu os anjos brincavam, mas não se aproximavam demais... Era o começo da paixão. O anjo começou a palpitar, perdia a calma (era ele ou o coração do garoto que era parte dele? Que moleque bobo que o fazia se agitar!) e mal podia falar perto de seu amor que era o belo anjo, e o garoto que virou poeta e mal podia se expressar para seu amor que era parte do belo anjo...! Mas porque raios? Era o coração que era o anjo, ou era ele que era a parte do anjo? Os dois não entendiam de quem era a culpa. E a moça ia acalentando os dois, mas sem romance. Coitado do anjo! Ficou tão apertado! E o garoto, por tabela ou por causa, ficou tão amargurado... Ele a queria, mas ela era parte do bonito anjo que brincava com o anjo do começo da história, mas não queria ficar com ele, já que era seu amigo... Então a garota que era parte do bonito anjo que era o coração dela não se apaixonou pelo garoto que era parte do outro anjo... E a história se enrolou e se enrolou... O Poeta que era o garoto que era parte do anjo do começo da história passou a escrever belos versos de amor em louvor a sua deusa a quem chamava de Anjo, mas na verdade ela era parte do belo anjo, pelo qual o seu coração que era o anjo que brincava no universo no começo da história se apaixonou... E nesses vai e vens do amor, só uma coisa restou... Os belos versos da valsa do amor.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Eu e você = química


Eu e você = química

Bruno Costa

Eu e você somos uma mistura reagente
Leve toque de muito desejo e sedução
Eu e você somos mistura intransigente
Que pode esquentar até uma explosão

Eu e você destruímos quando reativos
Em meio às discussões somos o assunto
Uma mistura, alguns químicos criativos
Eu e você construímos quando juntos

Nós dois juntos somos muito completos
Inteiramente unidos até o fim dos dias
Porque nada vai romper nossa ligação

É o grande poder de reação da paixão
Que faz criar as coisas num mundo novo
Cheio de desejo e de muita sedução.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Prosa Poética

O que foi rapaz, está tão triste por quê? Caiu de Andrômeda e bateu o pé em Marte? Limpe essas lágrimas, não há razão de quê, tome intento garoto que o momento é outro. Onde estão as rédeas e o controle da situação de que Você tanto falava?!?!? A sua confiança era tão grande e se abalou por uma chatice tão marasmática? Você é muito grande, meu pequeno! Não se deixe exaurir por pouco. E também tampouco se deixe por algumas desilusões! Dê-me a mão, vamos conquistar a Lua... Olhe para aqueles anjos, eles estão montados em cometas perseguindo estrelas...! Até Deus nosso senhor lhes dá folga. Limpe a poeira rapaz, ou vamos perder o trem Sé-Paraíso. Não esqueça sua algibeira, não vá ficar sem munição para o estilingue. Vamos ver quem acerta mais pedras no galho mais alto daquela Briófita?!?!? Você só morre quando deixa de sonhar, e se você é o super-homem ou o Soprano de Vladisvotok vai de cada dia... Agora se levante e escreva com essa canetinha hidrocor seu nome no céu... Ei, espera aí! Eu também quero comer doce de nuvens!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Tem tudo a ver com os sonhos

Não sei explicar o que me faz mais feliz. Mas só sei que meu coração está alegre, e que estou me sentindo muito bem... Existem vários momentos para se estar comigo, e quem já passou por mais de um deles sabe das diferenças. Existe aquela hora que eu só quero estar com todo mundo, dar risada, fazer brincadeiras... Nesses momentos eu dou sorrisos calmos e me divirto de verdade com todo mundo. Até ouço as mesmas conversas como se fossem grandes novidades! Mas também existem os momentos que me sinto deslocado do mundo, como se nada fizesse parte de mim, como se eu na pertencesse a este lugar... E isso ocorre freqüentemente. Eu falo que são crises cíclicas, que vem e vão, e se alternam com os outros momentos. Essas crises normalmente duram menos do que a importância que eu dou a elas. E quem me conhece sabe que existem momentos em que estou simplesmente descarado, com vontade de exercer a minha própria maldade... Claro que de um jeito bom...! Conversas irônicas, tiração de sarro... Nessas horas saem as melhores cantadas, os melhores argumentos e as melhores discussões. Meu pai que o diga, política, sociologia ou futebol, horas e horas discutindo coisas abstratas...
Não dá para prever como vou estar. É puramente espontâneo! Mas às vezes eu tento me fixar e ser de um tipo específico. Como isso sempre dá errado, eu acho que é uma insistência besta a minha de tentar fazer isso. Mas, todo mundo tem manias bobas afinal. Eu botei na minha cabeça idéias definitivas, planejei uma vida e acreditei naquilo. Coisas aconteceram e os meus planos foram subjugados pela falência da minha empreitada. Como isso me desanimou! Mas eu continuei batendo na mesma tecla, querendo as mesmas coisas... Como eu disse, cada um com sua mania boba. Tive que em machucar mais do que o necessário, sofrer mais de uma vez e ter meu sonho destruído várias vezes, para poder aceitar que tinha sido intenso, porém acabara... Não sei se eu cresci com o processo, mas se isso ocorreu, realmente tudo tem algo de bom afinal. Agora estou escrevendo uma nova história. Aos poucos eu fui lapidando, e a primeira parte dos meus objetivos foi alcançada. Finalmente faz sentido falar em virada de jogo. Obrigado a todos que me apoiaram e conviveram comigo, não vou desistir nunca! Darei o meu melhor. Acho que sei porque estou feliz... Tem tudo a ver com sonhos.

Viver menino, morrer poeta


Viver menino, morrer poeta
Bruno Costa

Vivo porque esse gigante mundo gira
Canto porque a minha alegria é grande
Sorrio porque sua presença me inspira
Sonho porque te quero a todo instante

Perco-me em suas palavras e quero fugaz
A cada dia um momento, uma concretude
E mesmo o grande mal da rotina é incapaz
De retirar do meu amor por ti a virtude

Vivo a escrever e a poetizar teus olhos
Sonho os meus desejos, juvenis confrontos
Escrevo meus sonetos de pequeno poeta

E faço tal coisa por entre poucos espólios
E na guerra da paixão em mim eu encontro
O que é o viver menino e o morrer poeta.

Cinco Pontos para Mudar de Vida [IV - V]

Quarto Ponto – “Abandone seus vícios”. Talvez o mais difícil de se fazer. Abandonar coisas que aparentemente nos fazem bem talvez seja o mais desafiador de tudo. Mas quando estamos ligados a algo de tal forma a não podermos ficar sem isso deixa de ser algo benéfico e passa a ser nada mais do que uma fuga da realidade. O prazer adquirido é logo esquecido e transpassado por nossas fraquezas, e a alegria momentânea transforma-se em tristeza e dor; A coisa vai se tornando cada vez mais necessária, e isso vai consumindo nossa alma por dentro, tornando-nos suscetíveis a erros que não cometeríamos caso estivéssemos sóbrios - não necessariamente sem beber, mas sim sem nos viciar - e que de fato nos torna mais fracos do que o normal... São pequenas coisas que podemos largar... Pode ser a vontade de comer chocolate todos os dias ou o olhar de alguém que nos escraviza. Libertar-se é e sempre será a melhor alternativa para esquecer as dores e ter o corpo limpo para executar as determinadas tarefas do dia a dia. É complicadíssimo imaginar-me, por exemplo, sem me envolver demasiado com algumas situações, não sou muito bom em separar as coisas. Mas eu talvez tenha que aprender isso também. Não consegui abandonar meus vícios completamente, mas agora eu posso dizer que estou bem perto de fazê-lo. A imagem vai cair, a máscara vai sumir e a armadura vai rachar pela Segunda vez... Se eu der sorte, ela quebra nessa e não haverá próxima. Aprenda a ser você, sem prazeres frágeis e sensíveis, sem vícios desnecessários. Faça que o seu sentir seja absoluto e tome as rédeas da sua felicidade. Não há razão para não tentar. Não há razão para se contentar com pouco, quando o mundo lhe aguarda; O mundo é o que sempre existe em um único lugar. O mundo é você, e se você consegue sair do precipício da facilidade imediata, consegue largar o prazer banal e construir uma alegria verdadeira... Então faz sentido em falar sobre ser você mesmo. “O que é passageiro passa, com os prazeres não é diferente”.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Homenagem a dama



Homenagem a dama
Bruno Costa

Ao olhar em seus olhos eu descobri
Um mundo inteiro ao meu adormecer
Era em um sonho é muito bem verdade
Mas ele me fez sorrir, me fez espairecer

Tomava-te em meus braços, ainda ouço
A minha mente perde-se e ainda te canta
Sua beleza tranca, é como um calabouço
E me faz desejar-te ó minha doce dama

Desculpe, sou apenas um pequeno poeta
Que mal pode expressar a sua própria paixão
Que vive nos sonhos uma imagem incerta

Que te guarda, louva e adora no coração
E louco por ti eu imploro ao meu Deus
Que nada acabe com essa nossa união.